A questão essencial da personagem
Todos nós temos um assunto recorrente, alguma questão que nos move, que se repete nas nossas vidas, que nos orienta, ou desorienta. Uma questão que captura o nosso olhar e ajuda a organizar nossos pensamentos, ações e reações. A nossa “questão essencial” é permanente, intransitiva e nos acompanha pela vida toda. Pode ser aparada, atenuada, mas dificilmente extinta. Nos nossos textos ficcionais, devemos criar personagens que se pareçam e se comportem o máximo possível com humanos, pois é isso que o leitor espera, é isso que o envolve em uma leitura. Criar personagens que se pareçam humanas passa por criar parar elas isso que chamamos de questão essencial da personagem. É a partir disso que o escritor deve organizar as ações e reações da personagem, o desenvolvimento dela ao longo do enredo. Devemos ter em mente que é ela, a personagem, que faz a história acontecer, afinal a sucessão de fatos que forma o enredo decorre dos problemas internos dela. A personagem não pode ficar a mercê de uma série de acontecimentos que formam o enredo, ela deve ter agência para parecer mais real. É a personagem que com a sua força vai dar coerência e consistência a história. É a partir dessa questão central que vamos dar unidade a tudo que a personagem faz ao longo da história. É o que dá sentido a sua vida e ela deve ser fiel a si mesma para que o leitor possa acreditar em suas ações e não fique desconfiado e até mesmo largue a narrativa que não lhe parece verossímil. Ao contrário, o leitor deve chegar ao ponto de entender e prever o que a personagem pode fazer ou não vai fazer. Assim o escritor consegue conduzir naturalmente o leitor até um final que parece o natural para aquela personagem naquele contexto. Olhando para o seu texto, você consegue identificar a questão central da personagem?
Esse texto foi escrito com base na aula do professor Assis Brasil no curso da Quadro Amarelo.
Para saber mais sobre o curso e se inscrever, clique aqui!